quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Em disputa acirrada, Barack Obama é eleito presidente dos Estados Unidos



O senador democrata Barack Obama foi eleito, nesta terça-feira, presidente dos Estados Unidos, e será o primeiro negro a assumir o cargo na história do país. Ele herdará do atual presidente, George W. Bush, um legado de crise econômica e conflitos militares em países como Afeganistão e Iraque.

Obama já conquistou, pelo menos, 349 votos no Colégio Eleitoral que definirá o novo presidente, superando a marca dos 270 votos necessários para garantir a vitória. O principal adversário do democrata, o republicano John McCain, conquistou pelo menos 163 votos.

Obama fez o
discurso da vitória por volta das 3h (horário de Brasília), em Chicago, cidade onde construiu sua carreira política. “Se há alguém por aí que ainda duvida que os Estados Unidos são o lugar onde todas as coisas são possíveis; que ainda se pergunta se o sonho dos pais de nossa nação está vivo em nossos tempos; que ainda questiona o poder de nossa democracia, hoje à noite veio a resposta”, afirmou o democrata.
Mas o democrata também foi precavido. "Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas."
“A estrada que temos adiante será longa. Nossa escalada será íngrime. Nós não vamos chegar lá em um ano ou mesmo em um mandato, mas, Estados Unidos – eu nunca estive mais esperançoso do que hoje à noite de que nós vamos chegar lá. Eu prometo a vocês – como povo, chegaremos lá", afirmou.


O novo presidente pediu apoio de todos os americanos para construir um país melhor. O convite se estendeu aos eleitores de John McCain: "Eu posso não ter ganho seu voto, mas escuto a sua voz, preciso da sua ajuda, e serei seu presidente também", disse, para uma platéia que não se cansava de repetir o slogan da campanha democrata, "Yes we can" ("sim, nós podemos").

McCain reconheceu a derrota em um pronunciamento em sua base eleitoral, a cidade de Phoenix, no Estado do Arizona, após uma conversa telefônica com Obama. “O povo americano falou, e falou claramente”, disse.
“O senador Obama e eu apresentamos nossas diferenças e ele prevaleceu. Não há dúvida de que muitas dessas diferenças persistem. Estes são tempos difíceis, e eu prometi a ele nesta noite fazer tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-lo a guiar-nos em meio aos inúmeros desafios que enfrentamos.”

Vitória em Estados-Chave

De acordo com as projeções, Obama conseguiu o apoio da maioria dos Estados que deram respaldo aos democratas nas eleições presidenciais de 2004 e conquistou pelo menos seis Estados que haviam ficado com os republicanos naquela ocasião.
Entre os triunfos mais significativos do democrata estariam os Estados de Ohio, Flórida, Colorado e Pensilvânia. Além desses Estados, ele teria vencido em Vermont, New Hampshire, Illinois, Delaware, Massachusetts, Maryland, Nevada, Connecticut, Maine, Nova Jersey, Michigan, Minnesota, Wisconsin, Nova York e Rhode Island.
McCain, por sua vez, teria vencido pelo menos em Kentucky, Carolina do Sul, Oklahoma, Tennessee, Arkansas, Alabama, Kansas, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Wyoming, Georgia, Louisiana, Virginia Oriental, Texas, Mississippi e Utah.
Em Ohio e na Flórida, as mais recentes pesquisas de intenção de voto indicavam uma disputa muito apertada entre Obama e McCain. Pensilvânia e Colorado eram também considerados Estados-chave por serem populosos e não terem um eleitorado firmemente alinhado nem com os democratas nem com os republicanos.


Todas as indicações são de que as eleições tiveram um comparecimento recorde dos eleitores às urnas, num país em que o voto não é obrigatório.
Vários Estados considerados cruciais nesta eleição – entre eles Ohio e Missouri – informaram que houve um alto comparecimento e houve longas filas do lado de fora de centros de votação durante o dia.
A expectativa era de que 130 milhões de americanos votassem. Outros 29 milhões de eleitores votaram antes da terça-feira. Se o número se confirmar, esta terá sido o pleito americano com maior participação de eleitores desde 1960.
As autoridades no Missouri – um Estado que há anos costuma eleger o candidato que no final acaba conquistando a Casa Branca – informaram que o comparecimento foi “sem precedentes”. Em Ohio, a expectativa era de que 80% dos inscritos fossem às urnas.
Era Bush


Duas guerras, uma crise econômica e um rombo de mais de 10 trilhões na dívida pública do governo. É esse o cenário que Bush vai deixar para seu sucessor.
Bush chegou ao poder em 2000, após vencer o democrata Al Gore em uma controversa eleição, que foi decidida pela Suprema Corte após problema de recontagem nas urnas da Flórida.

O ano de 2001 foi o ponto de virada no mandato de Bush, após os atentados de 11 de setembro. Ao final daquele mês, quando a população americana ainda se esforçava para entender o que havia acontecido, o presidente chegou a ter 90% de aprovação segundo a pesquisa Gallup, um recorde histórico. Oito anos depois, a mesma pesquisa apontou que Bush bateu outro recorde, mas desta vez por causa da baixa taxa de aprovação, com 73% da população reprovando sua administração.

E, como disse o próprio Obama, "uma nova era está nascendo apartir de agora...".

domingo, 19 de outubro de 2008

Médicos confirmam morte cerebral de garota baleada em Santo André

Eloá Cristina Pimentel, que teve morte cerebral atestada
por médicos do Hospital Municipal de Santo André
(Grande São Paulo) no sábado, 18.

Em entrevista coletiva na noite deste sábado (18), a equipe médica do hospital municipal de Santo André confirmou a morte cerebral, às 23h30 deste sábado (18), da adolescente Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, mantida refém por Lindemberg Alves, seu ex-namorado, por mais de cem horas, em Santo André.

Segundo o doutor Homero Nepumoceno Duarte, a adolescente passou duas vezes, em um período de intervalo de seis horas, por um exame que mede a taxa de oxigenação no sangue. "O teste deu positivo nas duas vezes, constatando morte cerebral", afirmou o médico.O hospital aguarda decisão da família sobre a doação dos órgãos de Eloá. Se a família decidir mantê-la ligada aos aparelhos, a falência múltipla de órgão pode ocorrer em três dias, informou a diretora do hospital Rosa Maria Pinto de Aguiar.No último boletim divulgado por volta das 17 horas deste sábado (18), a equipe médica já havia informado que a jovem estava em coma irreversível, mas, para seguir um protocolo médico, era necessário esperar mais seis horas para confirmar a morte cerebral.

O caso

Lindemberg Alves entrou no apartamento, na tarde de segunda-feira (13), e rendeu, além da ex-namorada, uma amiga dela e dois garotos porque estava inconformado com o fim do relacionamento. Os dois garotos foram liberados no mesmo dia e a menina que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento a quinta-feira (16). A invasãoA Polícia Militar invadiu o apartamento por volta das 18h10 desta sexta. No mesmo horário, a Polícia Militar reunia a imprensa para uma entrevista perto do prédio --segundo a corporação, seria para comunicar o impasse nas negociações. Após uma explosão --aparentemente, uma bomba de efeito moral jogada no apartamento--, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) entraram no apartamento --alguns pela janela. Foram ouvidos três estampidos, semelhantes a tiros. A Polícia Militar afirmou que invadiu o apartamento após ouvir um tiro e porque o comportamento de Alves, durante tarde, era muito agressivo. Alves foi preso, aparentemente, sem ferimentos graves. PM rejeita culpa por final trágicoDe acordo com a PM, os policiais só invadiram o apartamento onde Lindemberg mantinha a ex-namorada de 15 anos junto com uma amiga dela da mesma idade em cárcere privado depois que ele disparou o primeiro tiro. O comando do policiamento de choque da PM rejeita culpa pelo final trágico do seqüestro que durou mais de cem horas na periferia de Santo André (região do ABC paulista). As duas menores foram baleadas e o seqüestrador foi preso depois da ação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar) entre o final da tarde e o início da noite de sexta.

O comandante Eduardo Félix salientou que na operação de invasão do local, o grupo só usou armas não-letais. De acordo com ele, a invasão tática só ocorre quando há risco para as vítimas e até aquele momento a polícia estava tentando que o jovem se entregasse."Ele deu o primeiro tiro e, na hora da entrada no apartamento, ele descarregou cinco projéteis contra a polícia e as moças. Dois atingiram a ex-namorada, um a amiga e um foi encontrado na parede. A outra eu não sei". Segundo fontes policiais, Lindemberg disse que não se matou porque não tinha mais munição na arma. Para o comandante, a operação era de alto risco e o resultado não foi o esperado, mas não foi culpa do Gate.Questionados sobre o uso de soníferos e gases, os comandantes disseram que essas drogas não têm efeito imediato e que as consequências são imprevisíveis quando o sequestrador possui uma arma de fogo em mãos. Além disso, afirmaram que o uso de gases poderia matar todos que estavam no apartamento, já que "cada pessoa age de um modo".

A invasão

A polícia invadiu o apartamento onde estava o rapaz e duas reféns por volta das 18h desta sexta-feira (17).
O coronel que comanda a operação, Eduardo Félix de Oliveira, afirma que eles invadiram o local porque escutaram tiros. "Ele [Lindemberg] estava irredutível. Estávamos preparados para esperar. A equipe que estava na lateral ouviu o tiro e entrou. Ele tinha cinco cartuchos disparados", afirmou o coronel.Policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar) chegaram ao local pela janela por uma escada, e pelas escadarias do edifício. Uma bomba foi estourada pela polícia antes da invasão no intuito de distrair o seqüestrador. Entre a bomba e a retirada dos ocupantes do apartamento foram cerca de dois minutos.

Imagens de televisão mostraram que as duas reféns foram retiradas, em macas, e levadas por uma ambulância. Segundo informações não oficiais, a ex-namorada foi retirada pela equipe de resgate e sua amiga saiu caminhando.

O rapaz, acompanhado de policiais, foi levado a pé até um carro da polícia, que deixou o local rapidamente. Ele passou pelo 6º DP de Santo André, onde cerca de 300 moradores protestavam em frente à delegacia, para prestar depoimento e foi levado, com forte escolta policial, ao IML (Instituto Médico Legal) do município para realizar exame de corpo de delito. Lindemberg foi para a sede da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), que fica ao lado do Cadeião de Santo André, onde permaneceu até a madrugada deste sábado, quando foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, zona oeste da cidade de São Paulo.

Foram mais de cem horas de cárcere privado, o mais longo episódio do gênero já registrado no Estado de São Paulo.

sábado, 18 de outubro de 2008

Adolescente baleada em São Paulo passa ao pior grau de coma

do Bernardoni Diário
em São Paulo

O estado de saúde da ex-namorada de Lindemberg Fernandes Alves, baleada durante sequestro encerrado no final da tarde de sexta-feira (17) em Santo André (SP), piorou na manhã deste sábado (18). Ela passou para o pior grau de coma na escala Glasgow, que vai de 3 a 15. Até a noite de sexta-feira (17), ela estava no grau 4 e passou para o 3 nesta manhã. Segundos os médicos, o risco de morte é 9 (de 0 a 10).Agora, os médicos estão retirando a garota do coma induzido para ver como ela reage. Durante a noite seu quadro apresentou instabilidade com grande sangramento no ferimento do crânio. As informações foram passadas pelo médico neurocirurgião Marco Tulio Setti, que faz parte da equipe que operou a garota.A amiga da garota, também de 15 anos, está consciente, na unidade semi-intensiva. As informações foram passadas pelo Hospital Municipal de Santo André na manhã deste sábado (18).

Na madrugada, a bala na região da virilha foi retirada, mas o projétil que se instalou no cerebelo da garota não pôde ser removido. O dreno colocado na base do crânio apresenta grande sangramento.O ferimento, segundo a diretora do hospital, Rosa Maria Pinto Aguiar, tem características de tiro à queima-roupa.Primeiro atendimentoA médica neurocirurgiã responsável pela operação, Grace Mayre Lydia, informou que a jovem já chegou no hospital em coma e que foi preciso fazer uma craniotomia, um procedimento de abertura do crânio, porque a bala entrou pelo lado direito da cabeça e se alojou do outro lado, percorrendo todo o cérebro."Ainda não dá para falar de seqüela. Apenas que o estado de saúde é gravíssimo. A gente fez o que pode, mas a lesão era muito grave", disse a médica, que complementou informando que a jovem tem um grande edema no cérebro. Após a cirurgia, a adolescente foi transferida para a UTI, onde ficará em observação. "Temos que aguardar agora de 24 a 48 horas", complementou Lydia. A bala retirada da virilha foi entregue à polícia para passar por perícia.

A amiga da ex-namorada de Lindemberg também passou por uma cirurgia. O responsável pela operação foi o doutor Gabriel Pastore, cirurgião-dentista. Segundo ele, a bala entrou do lado direito do nariz e quebrou os ossos de sustentação do nariz e do lábio. Pastore informou que a situação foi revertida, mas que não foi possível fazer uma reconstituição porque os ossos estavam muito estilhaçados. A garota será transferida para a unidade de terapia semi-intensiva e deve ficar hospitalizada por uma semana. Pastore disse, ainda, que só depois de 60 dias a garota poderá passar por uma cirurgia reparadora estética.A invasãoA polícia invadiu o apartamento onde estava o rapaz e duas reféns por volta das 18h desta sexta-feira (17).

O coronel que comanda a operação, Eduardo Félix de Oliveira, afirma que eles invadiram o local porque escutaram tiros. "Ele [Lindemberg] estava irredutível. Estávamos preparados para esperar. A equipe que estava na lateral ouviu o tiro e entrou. Ele tinha cinco cartuchos disparados", afirmou o coronel.Policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar) chegaram ao local pela janela por uma escada, e pelas escadarias do edifício. Uma bomba foi estourada pela polícia antes da invasão no intuito de distrair o seqüestrador. Entre a bomba e a retirada dos ocupantes do apartamento foram cerca de dois minutos.Em entrevista ao UOL, o consultor em segurança e ex-secretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva, afirmou que os policiais poderiam ter evitado, pelo menos, que uma das vítimas fosse baleada. Imagens de televisão mostraram que as duas reféns foram retiradas, em macas, e levadas por uma ambulância. Segundo informações não oficiais, a ex-namorada foi retirada pela equipe de resgate e sua amiga saiu caminhando. O rapaz, acompanhado de policiais, foi levado a pé até um carro da polícia, que deixou o local rapidamente. Ele passou pelo 6º DP de Santo André, onde cerca de 300 moradores protestavam em frente à delegacia, para prestar depoimento e foi levado, com forte escolta policial, ao IML (Instituto Médico Legal) do município para realizar exame de corpo de delito. Segundo informações da rádio Jovem Pan, Lindemberg ocupa agora uma cela individual na sede da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), que fica ao lado do Cadeião de Santo André. Por questões de segurança, o jovem deve permanecer longe dos outros presos.

Policiais fazem perícia no apartamento para buscar evidências e tentar reconstituir o momento da invasão.Foram mais de cem horas de cárcere privado, o mais longo episódio do gênero já registrado no Estado de São Paulo. Na tarde de hoje, o rapaz pediu para conversar com seu advogado, sua irmã e o cunhado dele. Eles entregaram a Alves um documento assinado pelo promotor de Justiça, Augusto Eduardo Rossini, que garantiu sua integridade física caso ele libertasse as reféns até a tarde de hoje."Estamos aqui para apoiar a polícia e acompanhar a negociação. Nós queremos preservar a vida humana por isso o procurador determinou a minha presença aqui", afirmou Rossini, que foi enviado pelo procurador-geral de Justiça.

O advogado e o promotor acreditavam que o fim do seqüestro se daria na tarde desta sexta. "Nós estamos bem próximos de um desfecho pacífico da situação. Fomos levar ao Lindemberg esta declaração que garante a integridade física até a liberação dos reféns. Estamos mostrando a certidão funcional que garante a identidade do promotor", disse o advogado, Eduardo Lopes. Após o desfecho do caso, Lopes afirmou que deixa o caso pois se "sentiu traído".O casoAlves entrou no apartamento, na tarde de segunda-feira (13), e rendeu, além da ex-namorada, uma amiga dela e dois garotos. Ele estaria inconformado com o fim do relacionamento. Os adolescentes foram libertados no mesmo dia, e a amiga da vítima havia sido liberada na terça-feira. A garota foi enviada para negociar com o acusado e acabou sendo rendida novamente por Alves ontem. O pai e o avô da garota dizem que foram pegos de surpresa quando souberam que ela voltaria ao apartamento. O coronel Eduardo Félix disse ter autorizado a ida da menina por acreditar que, assim, Lindemberg se entregaria sem ferir a ex-namorada - o que não ocorreu na quinta-feira.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Após confronto com a PM em São Paulo, policiais civis de todo o país podem parar em apoio aos paulistas

do Bernardoni Diário
em São Paulo

Depois do confronto de ontem entre policiais civis e militares - que deixou pelo menos 25 feridos - nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, sindicatos de policiais civis de diferentes Estados do País começaram a articular um movimento nacional em apoio aos grevistas e em repúdio à maneira que eles classificam como "desrespeitosa" com que o governo paulista tem tratado os policiais. Centrais sindicais voltam a se reunir a partir das 14h de hoje para decidir os rumos do movimento.

O diretor do Sindicato da Polícia Civil do Distrito Federal, Luciano Marinho de Moraes, integrante da Comissão de Segurança Pública do Congresso Nacional, iniciou ontem contatos com sindicatos de Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. "Caso o governo do Estado não dê uma resposta rápida às reivindicações, na semana que vem vamos paralisar as Polícias Civis de todo o Brasil por um dia." Ele também disse que hoje vai passar nos gabinetes de deputados e senadores para apresentar moção de repúdio ao atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, e ao governo de José Serra.Na noite de ontem, os líderes das associações e sindicatos de policiais de São Paulo não sabiam de que forma retomar a negociação com o Estado, após um mês de greve. Na semana passada, a categoria suspendeu a paralisação por 48 horas, na tentativa de dialogar com o governo. A expectativa era de que fosse feita uma nova proposta. O que não ocorreu. "Aconteceu o que mais temíamos. Eu havia alertado o senadores Sérgio Guerra (PSDB), Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PTB), anteontem, de que era preciso negociar. Estamos em uma crise profunda. Não sabemos ainda as conseqüências que ela terá", afirmou o delegado Sérgio Marcos Roque, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, a maior e até então mais representativa entidade da Polícia Civil.

O problema era todo em torno do índice de reajuste dos salários. O governo propõe aumento linear de 6,2% a policiais civis da ativa, aposentados e pensionistas; aposentadoria especial; reestruturação das carreiras com a eliminação da 5ª classe e a transformação da 4ª classe em estágio probatório; e a fixação de intervalos salariais de 10,5% entre as classes. O governo diz ainda que quer reajustar em 38% o salário base dos delegados. O confronto com a PMNa tarde de ontem, policiais civis entraram em confronto com policiais militares quando agentes da Polícia Civil, em greve há um mês, realizava passeata de protesto no local para pressionar o governo do Estado a retomar as negociações pelo fim do movimento.Os manifestantes tentaram chegar ao Palácio dos Bandeirantes -sede do governo paulista-, mas foram impedidos pelo cordão de isolamento da Tropa de Choque da PM. Soldados reprimiram a passeata com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.Mais de 20 pessoas ficaram feridas, sendo uma delas um cinegrafista de uma emissora de televisão, e um policial militar. O hospital Albert Einstein informou, por meio de sua assessoria, que 13 feridos deram entrada no pronto atendimento, mas nenhum está em estado grave. Cinco pessoas já foram liberadas. No hospital Itacolomy, outras cinco pessoas foram atendidas: quatro já foram liberadas e uma está sob observação, mas passa bem. No hospital São Luiz mais cinco foram atendidas; todas já receberam alta. E no Hospital Universitário mais duas pessoas foram atendidas e liberadas em seguida. Segundo informações preliminares da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo, havia cerca de 5.000 policiais na manifestação.Segundo nota do Palácio dos Bandeirantes, o confronto começou no momento em que o comando grevista aceitou proposta do governo estadual de enviar um representante ao local onde estava concentrada a manifestação para receber um documento com a posição dos manifestantes.Em entrevista ao SPTV, da TV Globo, o governador de São Paulo, José Serra, criticou a manifestação dos policiais civis. "A maneira de fazer reivindicação não é pegar armas que estão destinadas ao enfrentamento de bandidos e apresentar em manifestações. É um movimento, enquanto movimento armado, absolutamente ilegal", disse, acusando os policiais civis de usar armas do Estado durante o protesto. A jornalistas, Serra afirmou que a manifestação tem cunho político.Em resposta, os policiais civis rebateram a declaração de Serra e culparam o governo pelo confronto. Já a CUT divulgou uma nota em que acusa Serra de "ludibriar a opinião pública".O trânsito ficou complicado na região do Morumbi e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) pede que os motoristas evitem circular pelo local.

O governo do Estado divulgou uma nota dizendo que a ação da PM se deve ao fato de a área que circunda o Palácio dos Bandeirantes ser considerada de segurança."As vias públicas situadas ao redor do Palácio dos Bandeirantes, sede do Poder Executivo Estadual, são consideradas pela Resolução SSP (Secretaria de Segurança Pública) 141, de 20/10/1987, Área de Segurança. Por esse motivo, todas as manifestações populares programadas para esses locais são obrigatoriamente desviadas para áreas próximas, que não se encontram na zona delimitada pela resolução, que abrange as avenidas Morumbi e Giovanni Gronchi e as ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret", diz a nota.Cordão de isolamentoPor volta de 15h15, as lideranças do movimento grevista anunciaram aos manifestantes que o governo havia concordado em receber uma comissão dos grevistas. Os policiais, entretanto, seguiram em passeata. Os militares fizeram um cordão de isolamento tentando impedir o avanço.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Suposto número dois da Al Qaeda no Iraque morre em operação militar dos EUA

O suposto número dois da rede terrorista Al Qaeda no Iraque, identificado como Abu Qaswarah, morreu durante uma operação das tropas da coalizão multinacional em Mossul, informou hoje o Exército dos Estados Unidos.

O comando militar americano afirmou em uma nota que Abu Qaswarah, também conhecido como Abu Sara, morreu em 5 de outubro durante uma operação na qual também perderam a vida outros quatro supostos terroristas.De origem marroquina, Abu Sara é considerado também o líder da Al Qaeda no norte do Iraque e estreito colaborador do líder da organização terrorista no país árabe, Abu Ayub al-Masri.O Exército também o relaciona com o fundador da Al Qaeda, Abu Musab al-Zarqawi, e com líderes do grupo no Afeganistão e no Paquistão.Além disso, Abu Sara seria responsável por vários ataques contra alvos civis e militares em Mossul, cerca de 400 quilômetros ao norte de Bagdá.A nota acrescentou que ele recebeu treinamento no Afeganistão e que também seria responsável pelo deslocamento de terroristas estrangeiros ao norte do Iraque.Segundo o Exército dos EUA, a morte de Abu Sara causa "um grande transtorno" na estrutura da Al Qaeda no norte do Iraque, já que deixa a organização sem um supervisor de suas operações na área.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Democratas e republicanos alcançam acordo para plano de resgate financeiro

Washington, 25 set (EFE) - Os líderes democratas e republicanos do Congresso dos Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira que chegaram a um acordo sobre os princípios básicos do plano de resgate solicitado pelo governo americano para combater a crise financeira."Tenho confiança de que podemos agir rapidamente" para ratificar o programa, avaliado em US$ 700 bilhões, disse em entrevista coletiva o presidente do Comitê dos Bancos do Senado, Christopher Dodd.A proposta do acordo será enviada com detalhes para o secretário do Tesouro, Henry Paulson. A votação está marcada para amanhã (dia 26).

O mesmo otimismo foi manifestado pelo senador republicano Robert Bennett. "Prevejo que teremos um plano que possa ser aprovado pela Câmara Baixa e o Senado, e ser assinado pelo presidente e que traga um sentimento de certeza a esta crise", afirmou.Os legisladores chegaram ao acordo de princípios após negociações hoje no Capitólio das quais participaram os membros mais importantes dos comitês que supervisionam assuntos financeiros nas duas Câmaras.

Barney Frank, presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara Baixa, destacou que o acordo responde "à maioria" das preocupações dos democratas e ao pedido do governo.Os legisladores levarão este princípio de acordo à reunião convocada para hoje pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, à qual também assistirão os candidatos presidenciais republicano, John McCain, e democrata, Barack Obama.ProgressosPela manhã, a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, havia dito que as negociações sobre o plano de resgate financeiro de US$ 700 bilhões alcançaram "progressos significativos".A porta-voz se limitou a afirmar que "era urgente" que fosse levado adiante o plano de resgate, um dos maiores da história, e disse que tanto republicanos como democratas "são conscientes da urgência do plano".

domingo, 31 de agosto de 2008

"Gustav" deixa Cuba para trás e entra no Golfo do México

(EFE).- O furacão "Gustav" deixou para trás Cuba, em cuja passagem se enfraqueceu levemente, para adentrar as cálidas águas do Golfo do México em direção à boca do rio Mississipi, onde pode chegar com categoria cinco, a máxima na escala de Saffir-Simpson, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

O "Gustav", que mantém a categoria quatro, arrasta ventos de 220 km/h, com seqüências inclusive superiores, que o transformam em um perigoso e destrutivo ciclone quando tocar terra na segunda-feira na Louisiana, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), com sede em Miami, em seu boletim das 3h.

O olho de "Gustav" estava perto da latitude 23,5 graus norte e da longitude 84,4 graus oeste, sobre o sudeste do Golfo do México, e a 780 quilômetros ao sudeste da boca do rio Mississipi.

O "Gustav" se desloca para o noroeste a 24 km/h.

Abin investigará se agente grampeou Gilmar Mendes

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) abriu investigação interna para apurar se houve envolvimento de agentes secretos em escutas clandestinas em telefones do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
A abertura de sindicância foi motivada por reportagem publicada pela revista "Veja" desta semana, que reproduz uma conversa telefônica de Mendes com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), no dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram ontem (30) o diálogo.
A "Veja" diz ter obtido a transcrição da conversa das mãos de um agente da Abin --que, por lei, não pode realizar interceptações telefônicas. E atribui o grampo a agentes secretos em associação a investigadores da Polícia Federal.
A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas disse que poderá abrir inquérito caso seja comprovado que a conversa reproduzida pela revista é fruto de grampo ilegal.
Ontem, Mendes afirmou que pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a investigação da denúncia de grampo. Segundo a Agência Brasil, Mendes e Lula conversaram por telefone e acertaram um encontro para os próximos dias.
O presidente do STF anunciou que os ministros da Corte terão uma reunião de emergência amanhã (1º) para decidir outras providências a serem tomadas pelo tribunal. "Não se trata apenas de uma ação pessoal, mas contra o presidente de um dos Poderes da República. O STF vai reagir. Parece ser a instauração de um estado policialesco no Brasil", disse Mendes.
Além da abertura da sindicância, a Abin anunciou, em nota, que pedirá ao ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Jorge Félix, que acione a Procuradoria Geral da República e o Ministério da Justiça para a abertura de investigações.
Em depoimento na CPI dos Grampos na Câmara, o diretor da agência, delegado Paulo Lacerda, negou que agentes façam escutas e atribuiu a acusação a uma visão "preconceituosa" e "intolerante" sobre o órgão.
Outras autoridades
De acordo com a "Veja", além de Gilmar Mendes, foram monitoradas ilegalmente outras autoridades dos três Poderes. A revista cita o ministro do STF Marco Aurélio Melo, o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações Institucionais) e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), entre outros nomes.
Mendes disse ontem não ter dúvidas de que outras autoridades vêm sendo grampeadas. "É um fato extremamente grave. Estamos vivendo quadro preocupante de crise institucional."O deputado Demóstenes Torres pediu providências a Garibaldi Alves. De acordo com ele, o presidente do Senado se comprometeu a convocar a Comissão de Controle de Atividade de Inteligência do Congresso para investigar o caso.
O senador disse não ver o "dedo do governo" no suposto grampo, mas, em sua opinião, o episódio mostra o descontrole sobre a Abin. "Há autoridades do governo grampeadas. O que há é um banditismo sem controle que fere definitivamente a harmonia dos Poderes."
Satiagraha
O suposto grampo ilegal do ministro aconteceu uma semana depois de deflagrada a Operação Satiagraha, que prendeu duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Nas duas ocasiões, o presidente do STF concedeu habeas corpus ao banqueiro, livrando-o da prisão. As decisões foram muito contestadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, mas defendidas por colegas de Mendes no Supremo.
Em 10 de julho, seguranças do tribunal disseram ter encontrado "provável escuta" na sala do assessor-chefe do presidente. O fato alterou a rotina do tribunal, que ordenou a realização de varreduras antigrampo periódicas nos gabinetes de todos os ministros e no plenário.Em nota, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que "tomará as providências solicitadas pela Abin e pelo Ministério Público", que podem pedir à Polícia Federal a abertura de inquérito policial.
Também em nota, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, qualificou de "intolerável" a denúncia de grampo. Ele pediu "apuração rigorosa e imediata dos fatos e responsabilização penal dos envolvidos neste ato criminoso que afronta o Estado democrático de Direito e fragiliza a credibilidade das instituições do Estado".

Brasil vai parar de crescer em 2040, 20 anos antes do previsto, diz IBGE

por Gabriel Alves Pereira
do Bernardoni Online

A população brasileira está parando de crescer mais rápido do que se estimava e deve ficar estabilizada em 2040, quando atingirá aproximadamente 220 milhões de pessoas. A estimativa foi anunciada nesta sexta-feira, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), durante a divulgação das projeções populacionais dos municípios brasileiros deste ano.
A estimativa mais recente do IBGE, com base em dados de 2004, era de que a população só pararia de crescer por volta de 2060. As projeções de 2008, contudo, revelaram que essa queda está mais acelerada. Segundo o estudo deste ano, o Brasil cresce cerca de 1,2% ao ano, taxa que está em queda. Até 20 anos atrás, este percentual era de 2% ao ano, de acordo com Luiz Antônio Pinto de Oliveira, um dos coordenadores da pesquisa.
'É uma tendência declinante. O Brasil vem a cada ano, ou a cada década, reduzindo sua taxa de crescimento populacional. Essa é uma estimativa do IBGE: a taxa está ficando cada vez maior, aproximando-se do limite de crescimento próximo dos anos 40 deste século, quando deve se estabilizar em aproximadamente 220 milhões de pessoas', disse.
O principal motivo para as novas estimativas é a queda também acelerada da taxa de fecundidade brasileira. Nos últimos 30 anos, segundo Oliveira, ela passou de uma média de 5,6 filhos por mulher para os atuais dois filhos por mulher, segundo. A estimativa é que, em 2040, esta taxa seja menor de 1,5 filho por mulher.
'Nós estamos hoje com uma taxa de crescimento em torno de 1,2% ao ano, mas a taxa de fecundidade vem caindo de uma forma tão acelerada que se pensa que nos próximos 30 anos a população brasileira deixará, inclusive, de crescer'.
População
De acordo com as projeções divulgadas nesta sexta-feira, o Brasil tem, em 2008, 189,6 milhões de pessoas morando em 5.565 municípios, de acordo com estimativa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). São Paulo continua a cidade mais populosa do país, com 10.990.249, seguido do Rio, com 6.161.047 de pessoas. Salvador (BA) é a terceira maior cidade: 2.948.733.
Neste ano, pela primeira vez, a estimativa levou em conta subnotificações populacionais, combinando dados do censo com contagens populacionais anuais realizadas a partir de 1980.